Chamada para o dossiê "A independência do Brasil e as Relações internacionais: entre negociações e conflitos"

Submissão para o dossiê: até 05/01/2023.

Submissão de artigos livres e resenhas: fluxo contínuo

Lançamento da edição: 15/03/2023

Antes de submeter, confira as diretrizes para autores.

Coordenadores

Fernando Martins (Universidade de Évora)

Johny Santana de Araújo (UFPI / IHGB)

 

Resumo:

A derrota militar de Portugal não foi seguida pelo rápido reconhecimento da independência do Brasil. De 1822 a 1825, o governo português fez grandes esforços diplomáticos para evitar o reconhecimento da independência do Brasil pelas potências europeias, baseando-se nos princípios do Congresso de Viena e subsequentes alianças europeias.

Terminada a guerra contra Portugal, foram conduzidas longas negociações com Lisboa para obter o reconhecimento oficial da independência da antiga metrópole. Após meses de debates, foi finalmente concluído um tratado nesse sentido no Rio de Janeiro em 29 de agosto de 1825.

O presente dossiê pretende analisar como esse processo foi construído a partir do estrangeiro, que elementos externos contribuíram para a sua consolidação, como as potencias da Santa Aliança e signatárias do congresso de Viena avaliavam a independência do Brasil, uma vez que países como os Estados Unidos da América, logo após a adoção da Constituição brasileira em 25 de março se tornaram a primeira nação na América a reconhecer a independência do Brasil.

Interessa-nos entender, como o estado português teve que lidar com esse processo, e como a Inglaterra avalizou a sua construção. Nos interessa igualmente entender como as demais repúblicas no América para além dos Estados Unidos, igualmente avalizaram o processo de independência do Brasil. Que impactos e choques acarretaram nessa construção.

Convidamos assim os proponentes escreverem suas contribuições que possam dar um olhar sobre questões, como ruptura, republicanismo, ideias, militarização do país, formação de suas forças armadas, alianças, guerras e relações internacionais, análises historiográficas vistas de fora sobre o processo, tanto aquelas coevas ao momento quanto as subsequentes, questões que envolvem inclusive a guerra contra as Províncias Unidas do Rio da Prata e a independência do Uruguai.

Uma visão holística desse processo, que procura privilegiar a interdisciplinaridade será bem-vinda, pois são questões multifacetadas que permitem a compreensão da história da formação do Estado Imperial brasileiro, pesquisas empíricas e rediscussões historiográficas que apresentem novas possibilidades de compressão da dinâmica que levou o Brasil a se tornar independente, e edificar o seu estado imperial.